· Sou de um tempo (e não faz tanto tempo assim...) em que as famílias, as pessoas se reuniam diariamente , após o jantar (Sim !...jantávamos juntos, numa mesma mesa...) pra contarmos uns aos outros, como foi o nosso dia. As vezes até discutíamos assuntos familiares...normal ! Daí, chegou a televisão, que tomou o seu lugar na “sala de visitas” (Visitas : pessoas que eram convidadas ou chegavam espontaneamente, pra compartilhar a conversação...). Diminuíram-se as conversas, pois desviram-se os olhares. Contudo, AINDA era bom. Ao menos, opinava-se coletivamente sobre algum programa, coisa e tal...Mas, piorou muito. A industria cresceu e os tentáculos do “conforto” do consumo se alastraram em nome de um “progresso” desmedido (mal distribuído e desgovernado, visando sempre um lucro exorbitante...), inundaram as casas com toneladas de televisores. Agora, esses aparelhos tomaram conta da casa toda. Estão nos quartos, na cozinha, no banheiro, ou onde voce quiser levar o seu apanágio...E as pessoas não se reúnem mais, nem pra jantar, e muito menos pra conversar. Cada quarto virou um mundinho.Cada qual no seu mundinho. Com seus televisores, frigobares, “videogeimes”, computadores, e zilhões de telinhas eletrônicas...
· Na minha cidade, se espremem 20 milhões de pessoas, e 5 milhões de automóveis. 90 % desses automóveis, invariavelmente, independentemente do horário tem apenas UM ÚNICO UTILIZADOR, ou seja, O MOTORISTA. De quem é a culpa disso ?...Minha culpa !...Eu acreditei no “carro próprio” como solução de transporte. Eu não cobrei dos meus governantes uma política de transportes públicos realmente eficiente e acessível à toda população...E deixei presidentes, senadores, deputados e vereadores se locupletarem à céu aberto do erário, cometerem todo tipo de abusos e corrupção, sem tomar nenhuma providência...MEA CULPA, MÁXIMA CULPA...
· Na minha cidade, existe apenas 3% de terra (terreno vivo, aberto) para cada moradia construída. Resultado : Façam o que fizerem, as enchentes continuarão e piorando a cada ciclo. Sem terra aberta e plantada, não há escoamento. Se e quando tivermos, nas megalópoles, APENAS 1 METRO QUADRADO de terreno não cimentado, para cada residência, daí quem sabe as coisas comecem a mudar pra melhor... AQUECIMENTO GLOBAL = AQUI, CIMENTO TOTAL !
· UM BILHÃO de seres humanos ainda passam fome no Planeta. A impotência disso ser resolvido pela sociedade como um todo, é alarmante.De um lado, um desperdício abissal. De outro, políticas desastrosas de distribuição de renda, lei de oferta e procura “coordenando” quem pode e quem não pode se alimentar. A hipocrisia corre solta, quando se fala da trilogia macabra entre o produtor, o ATRAVESSADOR e o consumidor. Isso sem comentar no “extermínio coletivo”, das toneladas que alimentos que são simplesmente jogados fora, a todo momento, simplesmente para que se mantenham os preços, e por conseguinte a escassez, a penúria e o descalabro da fome do mundo...
· São gastos milhões em pesquisas para energias limpas. Mas são gastos trilhões em busca de petróleo, envolvendo guerras, poder e um futuro sombrio (no mínimo...) em se falar nos níveis de poluição que essas “reservas” extraídas trarão para o mundo. O que manda, a bola de todas as vezes, é o poder e o dinheiro. Por enquanto, o resto é falácia. Mas...até quando ?
· Enquanto eu escrevia essas poucas (e talvez, moucas...) palavras, e enquanto você as lê, uma área equivalente a 5 campos de futebol, foi desmatada na floresta Amazônica...E milhares de crianças e idosos africanos (e demais continentes...) já morreram de inanição, de falta de atendimento médico, de abandono, de miséria, de desmandos sócio-políticos e de tristezas "gerais"...E os povos do “1º mundo”, já consumiram milhões de toneladas de hambúrgueres , refrigeradores, automóveis, muita comida industrializada, muito petróleo, muita gasolina, jogaram toneladas de chumbo na atmosfera, toneladas de plástico não reciclável, fabricaram milhões de toneladas de lixo, roupas de grife, computadores, televisores e...muita maconha, cocaína e apanágios correlatos !!!
“E assim caminha a humanidade, a passos de formiga e sem vontade”
– Lulu Santos ( um artista brasileiro)