Sou o que sou

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Sampa, SP, Brazil
Sou terra, por ter razões. Sou berro, se aberrações. Sou medo, porque me dou. Sou credo, se acreditou

terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Sobre poeira, cirandas e cantilenas


O paraíso é um lugar onde
nada se transforma, tudo se cria.
Ecologicamente incorreto...


Ele tem duas santas
duas santas lhe convêm
uma lhe cobre de mantas
outra lhe dá o vintém


Abuso do uso
oculto-me
ocluso distorço
o fuso
professo-me
profuso
obtuso disfarço
o luso

O paraíso é uma enorme
mesa de quitutes
onde comemos sem parar...

Uma Santa lhe corta as unhas,
acaricia os pelos
e lhe cora as faces...
Outra ouve-lhe as poesias,
canta aos seus apelos,
e põe as pernas a enlaces


confuso do uso
abstrato
retrato
concluso ato
perfuro e mato
abuso
destrato

O paraíso é um bordel
onde pululam vaginas
sempre lúbricas
e pênis eternamente eretos


Uma Santa lhe varre a casa,
arruma a mesa
lambe-lhe com destreza
Outra tece-lhe sonhos,
ouve seus bisonhos,
afaga-lhe o ventre
aguça sua mente...


Castro desuso
perpetuo
atuo no vasto
astro recluso
objeto permuto
mudo
duro alabastro


O paraíso é uma Rodeo Drive
com cartão de crédito sem limite...


Ele tem duas Santas
duas Santas lhe convém
uma Santa a direita
outra Santa a esquerda
para as duas ele reza
às duas serve de presa,
mas no altar, sem ninguem...

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Esboço de uma Sinfonia


Penso numa Sinfonia, que surja assim, como poesia...
Será tarefa pouco fácil, aliás, exigirá percepção tátil
olfato aguçado, visão esmiuçada e audição impecável.
Ainda estudo alguns temas, penso em alguns dilemas
que percorrerão meu caminho, às notas do pentagrama,
no decorrer do pergaminho...
O primeiro movimento, já anteouço no início,
uma lúgubre linha de contra-baixos, que me darão
provimento à esses tempos difíceis, poucos propícios,
que rastejam lentamente, em segundas menores
descrevendo outros futuros piores...
Cadências ostensivas no naipe das cordas,
seguirão pesadas em acordes dissonantementes mundanos
expressando tempos profanos, de gangues e hordas
Na percussão, tímpanos conduzirão o ritmo trépido
da cavalgada apocalíptica em sete por oito, com tesis
no primeiro tempo, seguido de rufar de tarois estridentes
contra-ritmando em ternário, absurdo e azafamo berçário
de indigentes, balaústres pingentes de todo tipo de gente...
Em solene momento, entram em solo, trombetas anunciantes
em notas longas e arrasantes, em acordes poderosos e
células rítmicas iguais, mostrando soberbas fenomenais,
ponteadas nota a nota por caixas dilacerantes como
nunca se ouvira antes...
Após a abertura, suave melodia se prostrará, vindo do
naipe das madeiras, onde um colóquio melódico entre
um oboé,uma flauta e uma clarineta, mostrando que ainda
resta alguma candura, entre os homens de boa vontade,
mesmo que na clausura, poderá existir ainda justa sociedade...
Os metais agora abafados em surdinas, seguem calçando
pomposamente aquele colóquio, em pianíssimo,
com solenidade perene, “andantíssimo"
majestosa harmonia, como se belas aves bailando
seguem em perpetuo cânone, com um certo ralentando...
Numa coda final, resumem-se tocatas magníficas, entoadas
em “tutti”, com a orquestra bradando em peso, como se
todo humano tivesse semblante de paz em veste honorífica...
Arpejos aéreos vagarão docemente,tal como
sorriso de apaixonado adolescente, acompanhando em piano,
em harmonia ascendente...
Trítonos contundentes, se insinuarão em trompas e
contra-fagotes, em acordes diminutos menores, mutantes,
digladiarão com pífanos estridentes, tal qual laminas cortantes
anunciando todos estupores, como estranguladas glotes...
Este será, do primeiro aos últimos movimentos, o mote.

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

A Ilha (ou Feliz Ano de Novo...)

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sábado, 5 de dezembro de 2009

Panetone de arruda ( sugestão prum sambinha sem-vergonha)



I
Panetone de arruda
Esse ano Brasília vai tê
Vô prantá pequena muda
Pra dá di todo mundo cumê

Tem cuíca no sambinha
Pro povinho todo sambá
Tem dinheiro nas cueca
Nota de 100 vai melecá

(refrão)
êêê bunda lelê-ê
aaa bunda lulá-á
panetone de arruda
a povo vai exprimentá

êêê bunda lelê-ê
aaa bunda lulá-á
o dinheiro nas cueca
é pro povo assustentá

II
a arruda tava podre
antes mesmo de prantá
resorvero bota o omi
adespois, n'outro lugá

num deu outra minha gente
nota de 100 foi pará no cocô
e arruda podre, e fede
os panetone azedô

(refrão)
êêê bunda lelê-ê
aaa bunda lulá-á
democratica arruda
o povo vai é se ferrá

êêê bunda lelê-ê
aaa bunda lulá-á
panetone nas cueca
toda grana vai melá
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