Sou o que sou

Minha foto
Sampa, SP, Brazil
Sou terra, por ter razões. Sou berro, se aberrações. Sou medo, porque me dou. Sou credo, se acreditou

sábado, 29 de dezembro de 2012

um ano novo, de novo...




Quem acha que o ano novo é um “tudo outra vez”,
com sua licença, se engana redondamente. Eu, com meus botões,
penso um pouco diferente...

O ano novo é uma nova porção, de batata frita sequinha
uma toalha de mesa limpinha, com bordado de coração,
ou uma porção de abraço apertado, cheio de boa intenção.

Ano novo é seguir em frente, melhorando o nosso bom
e reparar os próprios erros da gente...
Se acertou, mostre como fez e compartilhe.
Se errou, admita...E para não repetir, reflita!

É cuidar do caminho, o seu próprio. E do outro quando necessário, com o mesmo carinho...
É convidar pra andar junto, mas também ser forte pra ter que andar sozinho...

É ficar alerta, com a mente aberta pra não ser enganado
pois nem sempre o outro estará bem intencionado...
É , com esforço, tentar perdoar, para que seja também perdoado...

É permitir-se ir à luta, não atrapalhando, do outro, a estrada
e preparar-se ao sol escaldante da vida, bem como longa invernada...

O ano novo poderá ser um “tudo de novo” ou realmente “algo de novo”...

Tudo depende, se é que me entende,
de algo mais abrangente, algo que façamos de diferente,
algo que venha com toda a força de vontade da gente! 

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Mensagem aos nossos pais




Mensagem aos nossos pais

São as madrugadas passadas em claro é que contarão esta estória.

Madrugadas de olhos bem abertos. Atentos a tudo e a qualquer mínimo movimento nosso.
São noites de mãos afagantes, respirares  cortados, suspirares contidos. De gestos comedidos.
Noites intermináveis, ao lado de nossas camas, com as mãos dadas com a gente, carinho na testa para aproveitar e sentir se estamos com febre.

São os olhares preocupados, mas ao mesmo tempo, olhares serenos, doces, que nos acariciam e nos dão alento, e tiram nossas dores.
Às vezes até funcionam melhor que os remédios, porque estes olhares tem componentes  que nenhum remédio possui : carinho, amor, força, e principalmente esperança.

São noites ao lado de nossos leitos, ou em casa, ou nos hospitais, nos embalando em seus colos acolhedores, sempre serenamente e sorrindo, a nos inspirarem confiança e bem estar, mesmo que por dentro vocês entejam chorando e temerosos de um porvir duvidoso.

Noites e dias com os dedos cruzados, ou em nossos dedinhos pequenos, nos segurando suavemente, mas com a força enorme de seus amores, ou cruzados em prece, a pedir ao Pai Maior, por nossa saúde, nossa cura, nosso restabelecimento, e, sobretudo, para ver-nos sorrir novamente e sempre, apesar de nem sempre estarmos aptos a sorrir, pelas nossas vicissitudes.

Mas, é com o som emanado de suas vozes, com a vibração espargida pelos seus corações, com as ondas de pensamentos positivos é que nos fazem ao menos tentarmos sorrir sempre, sejam quais forem os embaraços que nos possam afligir.

É nas superações diárias de obstáculos que por vezes nos parecem intransponíveis, que nos apoiam com sua força e sua garra arrebatadora, de sempre atingirmos um futuro mais promissor, ultrapassando dificuldades e alcançando passo a passo, as metas de nossas curas.

É no entrelaçamento de nossas almas, as almas de pais e filhos, é que toda esperança se renova  a cada noite mal dormida, a cada dia completamente dedicados a nós, e vivido para nós, ao nosso lado, sem esmorecer nem um segundo, mesmo que saibamos que, por dentro estejam padecendo mais ainda do que nós mesmos, em ver-nos sentir qualquer mínima dor.

Toda nossa recompensa maior vem do seu inestimável e incondicional amor a nós, nossos tão amados e inseparáveis pais.
Deus os abençoe em Sua infinita bondade, e que, de toda forma, nos uma para sempre, nesta corrente de amor, proteção, cura e carinho eternos!


(para o Hospital Infantil Darcy Vargas)


quarta-feira, 21 de novembro de 2012

terça-feira, 6 de novembro de 2012

Valsa "D'orange"

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Poemeto para estes nossos novos tempos...

Como na vida, por aqui, ou no "FB"
nada é mais do que antes,
tudo é velho, tudo se prevê
vem e passa, vira escombros

uma coisa se sobrepõe à outra
o que era novo e sui generis,
agora dá-se aos ombros...
Todo passado vai ao baixio
se afoga rapidamente,
soterrado inclemente,
vira puro extravio...
Por aqui, como na vida
quando vem o dito novo
o velho já é coisa banida...
o que agora se exorta
num átimo ,não mais nos importa
sucumbem-se em si mesmos
enterra-se e fecha-se a porta...



sábado, 1 de setembro de 2012

Trágica sina


Não nos façam loas, pois o vício da vaidade é faminto; Afastem-nos das aclamações mundanas, porque a nós, quem nos aplaude é menos; Desviem-nos os lampejares que espocam aos instantâneos brilhos efêmeros, os holofotes e tochas, pois os que nos reluzem nos adulam, de toda sorte, sobretudo; Não nos icem; Não nos sobejem à toa; Não nos cortejem; Não nos lambam os sacos, pois a morte é a mais certa das moradas, e tombaremos d’àquela loa, da última sobremesa dum banquete de soberbas. Os elogios sorridentes que nos parecem bem quistos são mal vindos, pois menos dias, se tornará escárnio, excremento e enfastio,  como sempre o foram, escamoteados. Os gritos histéricos da fama difamam. Trazem o sólito da mediocridade perene e instam os espelhos da obsolescência, às respostas fáceis - O óbvio; Não nos incitem à comiseração dos ímpios, pois somos eles mesmos, cada qual a seu tempo, os ímpios e miseráveis, que voltarão ao pó, do barro que viemos; Não nos traguem as nossas urinas enfumaçadas pelo chumbo das celebridades enfadonhas; Não nos louvem às caricaturas emergentes; Não nos dependurem aos cravos de uma cruz de aparências e conjecturas filosóficas; Não nos perpetuem em mausoléus de farinha, sal e estrume. Não nos guindem aos céus púrpuros de açoites permitidos; Não nos vejam nem nos olhem; Não nos ouçam nem nos escutem; Não nos acompanhem nem nos sigam. Não nos amem nem nos desamem. 



Isso é tudo o que temos e não queremos.

sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Aos 50




Aos cinquenta,  nos parece à metade
Já que cem, seria nosso ápice de vida
desde que Matusalém, perdeu a idade
desejamo-la, por  demais, estendida 

Aos cinquenta,  pela conta média e certa
vê-se tudo antes, como num retrovisor
por vezes isso, faz-se no peito, que aperta
eras passadas, com mais ou menos dor

ah!...Quem dera retroagir  por algum tempo
e buscar com lente e foco, o que foi perdido
pinçar todo o nobre, e enterrar o que foi ferido

ah!...Quem sabe dum futuro à frente, requerido
e ao porvir dar-se justo e esperado provimento
ver-se o que virá à adiante,o merecido acalento...

(para uma querida pessoa que passou pela minha vida,
completando hoje, 50 anos de vida.)

sábado, 11 de agosto de 2012

Em nome do Pai, em nome do Filho




Sou teu filho, sou teu pai
fui teu pai, fui teu filho
Tive em ti exemplo que dei
deu a mim, o que depois, leguei
Surgiste de outro, mais longe
que veio de outro, e te gerou
legou a ti, o que herdou
herdei de longe, o que legou
Sou teu pai, meu filho
serás pai do que herdastes
Teu filho herdará do longe
que, um dia, meu pai estará
como o dele, já não mais está,
como é certo que
o filho do teu filho
assim, de mim, lembrará...
Sou teu pai, ainda que filho
Pai, sou teu filho, embora pai
Filhos e Pais que sempre seremos
De  longe, de agora, do Eterno
Em nome do filho que é pai
em nome do pai que é filho
em nome te todos, Pais e filhos
de mãos dadas, em laços paternos
nos perpetuaremos...





segunda-feira, 6 de agosto de 2012

O trinado dum sopro num fauno de Debussy.(Quando Nijinsky sorriu.)


DE REPENTE VEIO A VOZ DA VEZ E DISSE : DE FACTO ONDE CONGELA-SE O TATO É DONDE DEITA-SE O ÓLEO NO FATO DAQUELE QUE “JAZZ” MORIBUNDO.

A MOÇA QUE CHOVIA EM PRANTOS DESOLADOS, ALAVA-SE AO SOL DE QUIMERAS DOCES, SINGELAS GELADEIRAS ESTRELADAS EM ESTEIRAS, CAINDO ÀS BEIRAS, DE DIAS QUE SE FORAM SEMPRE IDOS DESPERCEBIDAMENTE SÔFREGOS. QUANDO O DÉCIMO PASSO ATINGIRA O POSTO, OPOSTO DUM ROSTO ONDE CÍLIOS DE SÍRIOS ACASALAVAM EM METAMORFOSE ULULANTE. DURANTE O QUE ANTES ERA O FOGO, PERPETUARAM-SE LÚGUBRES POÇAS ENLAMEADAS NO SUOR DOS COITOS JAMAIS PROPOSTOS.

JACTÂNCIAS EMERGIAM EM BORBULHAS DE CHAMPANHES AZEDOS E CORROÍDOS. AMORFOS SINOS SOAVAM ENTRE TONS E SEMITONS DOS GÓLGOTAS PETRIFICADOS DE ONDE VEM ESSA VERVE INSULTANTE QUE ESPEZINHA E AFRONTA OS CORCÉIS DE DORSO AZULADO?  NAQUELE MESMO DIA, PELO ANOITECER, JÁ VINHAM VASTOS OS PASTOS COBERTOS DE AREIA MÓRBIDA. NADA MAIS IMPORTAVA AOS SONHADORES DE RELÍQUIAS BENFAZEJAS. AS PEDRAS ESTAVAM DESCOBERTAS E O LINHO SE ESGARÇAVA COMO O VÉU DAS NOIVAS ANORÉXICAS NO VENTRE DA CAPELA SOMBRIA. MAIS SE ARVORARAM OS FUGITIVOS DA NOITE, EM RESCALDO UNÂNIME, PELA DÁDIVA SECRETA DOS DEUSES DE OUTRORA. A AVE SUAVE BAILAVA NA MENTE DOS POVOS DE ABRÃO E ABSÉ.

TODA FÚRIA DO VENTRE MATERNO, QUE JORRAVA O SANGUE DO ÚTERO SAGRADO,  ANIQUILARIA PARA SEMPRE OS DARDOS SUICIDAS. CORAIS ENTOAVAM EM TOM DE ALABASTRO, CORES CANTADAS DE MARES BRAVIOS QUE ESPRAIAVAM NA FUGA GENEROSA DE UM PASSE ACADÊMICO. AONDE IRÃO OS ENAMORADOS POR ESPELHOS TRINCADOS, SERÁ POR ONDE ESCAPARÃO DE MANHÃ ESCONDENDO-SE NAS CAVERNAS DO INSTINTO E CONSELHO. NO CÉU DO DESFRUTE, AMAZONAS CAVALGAM AO OLIMPO, AMEALHANDO CORAÇÕES DESPEDAÇADOS.

NA CASA PEQUENA, DE TELHADO IRREGULAR, SAIA A FUMAÇA DE UM AMOR BEM ASSADO, COM CHEIRO DE PÃO FRESCO, AZEITE E SAL. TODOS SE REUNIAM EM VOLTA DAS MESAS FALANTES, ONDE ASSOBIOS INVISÍVEIS DESATINAVAM AS MENTES E CORAÇÕES CAMARADAS. ELES NASCERAM PARA ENSINAR-NOS QUE VIRIAM AINDA.

A CANTORIA ERA IRREGULAR, COMO O PISO DA SALA DE JANTAR, MAS O CALOR ERA INTENSO, QUE VINHA DE DENTRO, DO CENTRO, DAS ALMAS AGLUTINADAS NO AR.

QUANTOS CENTURIÕES SERÃO PRECISOS PARA QUE OS CAMPOS SE PERPETUEM EM RELVA ABSTRATA? NAQUELA MESMA ARENA ONDE LEÕES DEVORARAM SERES AS ESPAÇONAVES POUSARIAM TRAZENDO A COLÔNIA DE ABELHAS MELÍFERAS.

DOCES SONHOS, ONDE TUDO ERA PAZ E CANÇÕES SIMPLES, ESTAVAM SENDO LEVADOS DALI,  SABE-SE ATÉ ONDE. AS MÁSCARAS FORAM DEPENDURADAS, UMA A UMA, POR DETRÁS DAS PORTAS. A LUZ REVESTIA DE OURO, AS CORTINAS RECÉM-LAVADAS.

TUDO ERA ILUSÃO, MAS SOMENTE O QUE RESTARA, FOI O AMOR DESVELADO E ENTRISTECIDO PELA POEIRA DAS CINZAS DUMA FÊNIX, QUE TEIMAVA EM QUEIMAR ATÉ DESINTEGRAR-SE NO ÉTER. O PRÍNCIPE LEVA A MÃO AO PEITO, E LANÇA SUA ESPADA EM DIREÇÃO AOS SEUS DRAGÕES ENSANDECIDOS. O VOO SERIA RASANTE E CERTEIRO COMO A FLECHA DO ARQUEIRO ZEN. TODA TRILHA NÃO VALEIRA A PENA, SE NÃO HOUVESSE AS MÃOS A SEREM DADAS E OS TOQUES APROVEITADOS.

A LUA CISMAVA EM LAÇAR RAIOS DE POESIA SIMPLES, PARA QUE AS NUVENS NÃO SE FERISSEM, E OS ANJOS NÃO SANGRASSEM DOCEMENTE ATÉ O PÓ DE ESTRELAS REAIS.

OS REIS ESTAVAM A POSTOS E NÃO TITUBEARIAM EM BENZER SEUS FILHOS, MESMO OS PRÓDIGOS. PORQUE ASSIM ESTÁ ESCRITO E PERMANECERÁ ETERNAMENTE EM SI, ONDE OS VENTOS SOPRAM E A BRISA É MORNA, COMO A QUE CAI  NO SAL DOS MARES RENITENTES. OS MESTRES ESTÃO EM POSIÇÃO DE CÍRCULO, E A VIDA VAI-SE.

PALAVRAS ABSORTAS DERRETERAM O GELO DE TODO UM POLO, E O PLANETA FOI DESVELADO, COMO A PAIXÃO DOS AMANTES PROIBIDOS, AQUELES QUE SUCUMBEM AOS TOQUES MAIS SUTIS E PERMANECEM ARREFECIDOS DIANTE DOS ALTARES JEJUNOS. DE REPENTE FAZ-SE O SILÊNCIO ADQUIRIDO. E A BRUMA JUSTA E BELA RETORNA AO CÉU.

domingo, 24 de junho de 2012

desterro




Apenas uma fina folha
separa
meus pés da terra.
Cada passo dado
é mais um, da partida
e menos um, do destino


minha palavra não escreve,
o caminho.
o caminhar descreve.
A palavra, que é silente,
tão silenciosa  quanto
longeva é a vida.


que foi parida. Banida.
Açoitada. Ferida.
Não descrita. Escondida.
que foi exaurida.
pretendida.


Apenas uma tímida pedra
ampara
a lápide do meu desterro.
Cadafalso azafamado 
tomba mais um, menos um.
Tantos que lhes convenham,
quantos que lhes desaprovem.


sem mais paços
as portas, encerro
desato os laços...
Ouço apenas 
o meu próprio berro.

sexta-feira, 8 de junho de 2012

herança


sábado, 5 de maio de 2012

[:F>La->Shs:] -(my foolish heart)

what kind of fool am i ?   Hoje sozinho,                   Já estive 
Sou o tipo de tolo              madrugada adentro       numa vida de rosas
que toca piano                   tiro o teto do ninho        agora só experimento
com dez dedos                   um copo vazio                  o Blood Mary sanguinolento
molha as mãos                   coração é pavio,              dos espinhos e tormento
com um pano                     luar e vento                        drinks baratos
e seca as lágrimas                                                              papos chatos,
com seus medos                                                                 
com mulheres pastosas



ah!...esses "alguéns" retornantes              dentro do meu loft
qual órbitas elípticas renitentes               a temperatura é perfeita
que fogem e voltam, insistentes               a umidade do ar, sem suspeita
mas, os amamos, entrementes                  
aqui tudo azul, pintado "di blu"

                                                                                tudo maravilha, tudo soft


De tanto ter o teu toque                    Eu não vivo em estado de poesia.
trago tua tênue tez transversa,      
O estado de poesia vive em mim.
tenho o testemunho e atesto          
Entre um ponto e outro, as emoções
o teu tenro tato trêmulo                   
são somente minhas


acurvelipcidiosamente                pedra
curvelinidadesdarazão                trava        cava
crudéliciososdesígnos                  rocha       acende
curamentesólidaseios                  pretende
aturveliniaridadefatos                 a tocha
ateosidáctilostocarem                  com         creta(grécia)
crisálidantesnavegado                 mente  
                                                                  dum   duende

Quando eu era normal, tive filhos.
Quando eu era menos normal, os deixei.
Quando eu era completamente anormal, terei netos.
Não vejo a hora...
                                        estou com saudades de ti...

                                        saudades de algo que nunca tive
                                        de um lugar secreto onde nunca estive
                                        de algo que se quer, mas não se vive


quinta-feira, 1 de março de 2012

Simone de "Bom Voar" [desde que Sartre permita]


Mesmo que minha espinha existencial não permitisse
ainda assim, sorriria com a beleza do teu sorriso aberto
como um acorde de 7ª, tão maior quanto se possa...
[Que não a constelação, da Ursa maior, como a 7ª]

Mesmo que minha veia existencial não quisesse
ainda assim, dançaria com a leveza que já me falta
como um lorde espanhol, depois da tourada...
[todo flamenco, sapateado e castanholas]

Mesmo que não olhasse mais para o paraíso e nada mais visse
ainda assim ouviria oboés e flautas
saindo de teu olhar descoberto
como algo que se busca num universo paralelo, algo de belo...
[fractais melódicos, saberíamos todos, antecipadamente]

Mesmo que nada mais faça, porque meu corpo já limita
ainda sim, imitaria os teus gestos com simbiose camaleônica
como quem, ave sem rumo,
o pássaro menor baila e o voo imita...
[águia de fátuo, suba e não caia, pássaro Ícaro de Paris]

Mesmo que minha existência duvidosa e sóbria , já findasse
ainda sim, soariam cordas timbradas em teus suspiros íntimos
como que sustentassem todo ego, dentro de uma escala sinfônica...
[o trem da vida, já descarrilha e estica como um raio de luz e parte]

Mesmo que tua existência desfocada
pela tristeza que avisa, levasse
ainda assim, sentiria todo ritmo embutido em tua imagem
como se um spot teatral, multicolorido, girasse em teu redor...
[Smoking e vestido longo, num baile regado a trompetes]

Mesmo que minha desistência sartreana, insistisse em existir
ainda assim, roubaria tua tez alva para clarear minha escuridão
como que se a lua, nos seu mais banal, alumiasse a tua efusiva imensidão...
[Jazem lentos os trombones, anunciando o amanhecer desta noite perdida]

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Arco íris



7 cores
Era uma vez
7 olores
um toque, uma tez
7 sabores
mais um beijo,
o que foi que me fez?

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

S.O.S

São tempos tombados
Olhares profundos
Sorrisos trincados

Serpentes cavalgam
Ostentam a guerra
Separam as almas

Santos entoam
Odes aos anjos
Serafins dos tempos...


terça-feira, 24 de janeiro de 2012

XYZ-PQP-Sampa!


“ãn passã”
sampa, sampa, sampa
n’est pas , sampá?

san pá tupi
turiaçú anhaguera
ibirá puera ita quera
a aldeia é aqui

sampa nipon
sampa sam
arigatô japon

samp’italia
san genaro
san paolo
te quiero pita
aglio ed oglio

sampa de nossosinhô
do bom retiro
sampa da bahia
de todos os sampas
oxiiii...axé...oxalá
shana tova!

sampa states
of course!
loco_motion
loco_motivation

sampa loka paca
paca no tietê
sujo-absujo
surdo-absurdo
mudo?-não mudo
só saio e volto no voto
e...só saia se for
à praia!

paulista_no
devoto...

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

O percevejo



Lá vem o percevejo
zunindo, lá do brejo
Pra que serve um percevejo
depois que o elejo?

O que faz um percevejo?
vem e some, num lampejo
ele só tem um desejo
sugar o sangue, seu ensejo

Lá vai o percevejo
fugindo do vilarejo
depois que o elejo
nunca mais o vejo

Para onde corre, o percevejo?
Será para terras de Além Tejo?

Vai, sorrateiro percevejo
suga teu sangue de sobejo
enquanto aqui, eu pelejo
e meu dinheiro, a ti, despejo

Sai, sórdido percevejo
tens índole dum canejo
some em teu podre varejo
que a ti, não mais reelejo
pois seguirei o teu cortejo...

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Sobre marcos, pontes e mourões


Entre vales e montes, lá ia o menino franzino
chutando as latas do tempo, sorrindo desatino..

Mal sabia aquele pequeno menino
quem em meio aos seus sertões
cantaria suas estrofes em língua afiada
sobre as pontes da vida, aguçados mourões...

Entre estradas e casas ocres , lá ia o sorridente menino
sonhando brasis menos pobres, sob forte sol a pino

sorvendo sabor de doce manga
chutando as pedras à toa, marco repentino
sem qualquer loa ou zanga
vivendo o momento, com o dia matutino

Entre linhas, folhas e letras, lá vinha o mestre menino
ensinando sonhos ao vento, andante peregrino...


(uma singela homenagem ao poeta, ensaísta e escritor, Professor Marcos Pontes Moura)

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Transição


Numa segunda eu nasço
na terça eu cresço
na quarta, apareço
na quinta eu caso
na sexta, descaso
no sábado , entristeço
e domingo, eu passo...

domingo, 1 de janeiro de 2012

Jahre vergehen



anos e anos
todos, fraque e panos
e, em assim sendo
vai-se um, entra outro
um velho, outro louco
as ruas molhadas
continuamos vendo
o andarilho negro
segue a vida,
chovendo...
Related Posts with Thumbnails