Sou o que sou

Minha foto
Sampa, SP, Brazil
Sou terra, por ter razões. Sou berro, se aberrações. Sou medo, porque me dou. Sou credo, se acreditou

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Silogismos Sofismáveis (ou o Paradigma da trilogia escatológica)

[para o amigo matemático Marcos Pontes]

Possibilidade 1ª -

Premissa maior: Os ratos andam pelo esgoto
Premissa menor: O Congresso tem esgoto
Conclusão: logo, os ratos andam pelo Congresso

Possibilidade 2ª -

Premissa maior: No Congresso tem ratos
Premissa menor: No esgoto tem ratos
Conclusão: logo, o Congresso é o esgoto

Possibilidade 3ª -

Premissa maior: Existem ratos no esgoto
Premissa menor: Existe esgoto no Congresso
Conclusão: logo, existe um Congresso de ratos do esgoto

segunda-feira, 25 de maio de 2009

HaiKai - Os Sapos



No Planalto,
sapos despacham.
Outro assalto !


(inspirado sequencialmente no poema de "Hai Kai XII" de Adauto Suannes que podemos ler CLICANDO AQUI )

sábado, 23 de maio de 2009

Menestréis de asfalto


Na minha cidade vejo gente
gente de variados mundos
andarilhos, incógnitas, indigentes
sem eira nem beira
que se esgueira,
sem fundos

Na minha cidade pungente
vejo tristeza e testa enrugada
dando duro em apressado batente
maltrapilha, com a pele embrulhada
rancor de quem é desprezada
e a cada dia que passa,
em agonia
vê a vida em vão, esbugalhada

Na minha cidade imponente
vejo meu povo meio-matuto
cabisbaixo, vestido de luto
sob comando do astuto
que dita a dura impertinente
com fina lâmina de corte arguto

Na minha cidade vejo gente
que nada leva em mente
mesmo que se lamente
de um futuro indecente
onde se vê aniquilado
perdido, ferido e vilipendiado

Na minha cidade inclemente
vejo a tentativa insistente
de um povo dócil,
sempre carente
que petrifica igual um fóssil
oh! pobre dessa gente tão crente...

Na minha cidade vejo gente de todo matiz
são atores, mambembes cordéis,
pensadores, prostitutas, bacharéis
trovadores, alquimistas, menestréis
que vivem estendendo seus carretéis
a se equilibrarem, no meio-fio,por um triz...

quinta-feira, 21 de maio de 2009

terça-feira, 19 de maio de 2009

Ain vem o trem !



Ain vem o trem !
e vem o trem !

estrib’arriado
zóio esbugaiado

Ain vem o trem !
e ain vem...

- miniiiiiinu !...afasta dos triiu, seu peste !

ain vem o trem !

chicubode- chicubode- chicubode- chicubode

ain vem o trem !

- miniiiiiiinu !...chore não, mo fiiiiu...

- mainha foi no trem, madinha...

quijafoi- quijafoi- quijafoi- quijafoi

Ain foice o trem !
e foice o trem...


©joebrazuca-MMIX
(especial para Poesia Aberta)

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Efemérides

Robert Moog- um gênio do seu tempo, "inventor"
(Leon Theremin,1960) dos sintetizadores eletrônicos,
precursor das aplicações práticas e controladas
da teoria da Síntese Adtiva e Subtrativa para sinais de áudio
gerados artificalmente.


E o sino dourado parecia estar flutuando. E a cada movimento perpetuava o bronze, com um milhão de vozes, num coral de badaladas.
Ah ! se Chopin ouvisse-nas...
Lá estava a carruagem, rodando sobre lantejoulas marinhas.Trazia, com a força de seus corcéis, vendavais e tempestades que, sem duvida continham a força dos deuses.
E o lamento da poesia, escrava de algum coração sofrido, levava em seus antigos e temporais versos a magnífica expressão dos Lusíadas...
Onde estão todos ?
Adormecidos nas badaladas da poética, que com tanta tristeza embala nas lágrimas, coisas antigas, cantigas e campos, que não mais existem e que se perderam em seus tempos...
A melodia escapava da janela, e pro traz do biombo jaziam perpétuos, os retratos de família, seus símbolos, suas tradições, os conceitos, seus rostos...
Já não sinto a juventude correr em minhas artérias, mas ainda conservo em meu copo aquele mesmo “Chianti Vecchio”, e a cada gole me vem à tona as lembranças das valsas, das festas e seus lustres, dos natais...Ah! como era lindo ver a neve, senti-la...
As lagrimas brotam-me...
Bons tempos idos. Lusíadas, Chopin, sinos, o velho vinho, as carruagens, a neve, a poltorna na biblioteca e o amor por tudo isso.E que enorme amor !
Enfim, não há de ser nada.Outras badaladas nos esperam, tenho certeza disso.
E o sino dourado parecerá estar flutuando. E a cada movimento perpetuará o bronze, com um milhão de vozes, num coral de badaladas, tudo sintetizado por um punhado de transístores de um aparelho eletrônico...

segunda-feira, 11 de maio de 2009

from miles, to Miles...

um pequeno tributo ao gênio Miles Daves


Around me, just a fog
no one...no windows pane
it's enough...only smog
She comes from another lane...


Em volta de mim, apenas "fog"
Ninguem...nenhuma vidraça
ja basta...apenas fumaça
Ela vem de uma outra pista...


quem tocou :Joe, Simão, Ivo e Cia. Ltda.

©joebrazuca-MMIX-sp/br

Ars et Scientia



Arte não serve para nada
Arte serve para tudo
Ciência não serve para tudo
Ciência serve para nada

Ciência é essência
Arte é quintessência

Arte é parte
Ciência é paciência

Ciência é eficiência
Arte é encarte

Arte é estandarte
Ciência é permanência

destarte
arte é ciência
ciência é arte

Discussões a parte, que se descarte
e com consciência , que se dê anuência !


©joe_brazuca-MMIX

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Joeira ( pro pai Hermeto)

Música Instrumental (uma singela homenagem
ao Grande Bruxo-Gênio de todos os tempos
"Hermeto Pascoal")
Dedicado tambem ao querido amigo, grande Poeta e
compositor ANIBAL BEÇA, da Academia Amazonense
de Letras.


Do Aurélio : joeira
[De joio + -eira, com dissimilação do primeiro i.]
Substantivo feminino.
1.Peneira com que se separa o trigo do joio: crivo.

Participaram :
Joe Brazuca - composição, arranjos, piano e teclados
Simão Abbud - Guitarras
Fred Coury - Saxofones
Ivo "Metralha" Smith - Bateria e Perc.
Ivo Gomes - Baixo

terça-feira, 5 de maio de 2009

Inverno, Meu...



Meu Inverno vem vindo,
devagar e sempre
Toma conta de mim
Cabeça, coração e ventre

Congela a alma
Torpor e calma
Vapor e bruma...

Salvo a palavra em frente a lareira
cabana, cobertor e cristaleira
calor, dama, cama hospitaleira...

Meu inverno vem vindo
devagar e nunca
fecha a porta,
antes que inunda...

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Sexual healing



cedo ao assédio, logo cedo...

acordo mármore, eu_______acorda esponja, voce


enrosca-se__afaga-se__banho de língua morna - Alibaba

dedos em anulares____anulam-se

____bundasnadegascoxas-palmas
cunislingua et pudorum nulae regrae mater sun

..........café[]melífero[]objeto------tetas tentares seños
>>>>>>>>>>>>>>>BICOS----PICOS----PICA

astro_lábios lúbricos <->
cânulas____ sorvete de carne quente


sessenta e nove [fixa: opções de trocas]............
marshmallow vulcânico

tantramantracamasutra

>>>>>>>>ORGÃO PLATÔNICO--------tubularápicevergalhão

gruta_lânguida_lambida_plenário@dot.com


sexta-feira, 1 de maio de 2009

1º de Maio : Tripalius Dien

(Tarsila do Amaral - "Operários" - Óleo sobre tela -1933) Tamanho da fonte
Quem trabalha para quem ?
Como podem uns poucos
deter, minar, uma massa enorme,
onde, como e ao que lhe convém ?

Servir a outrem, dizem...
Faça-se, nobre este ato !
Mas, quais tão poucos se aprazem
e faturam o lucro , de fato ?

Trabalho ou tortura ?
Provisão ou clausura ?
Salário ou usura ?

Servir ou ser sorvido ?
Calar ou ser ouvido?
Silêncio ou alarido ?

Na pirâmide social,
diferença abissal

desigualdade colossal
violência brutal...

["...A palavra "trabalho" tem sua origem no vocábulo latino "TRIPALIU" - denominação de um instrumento de tortura formado por três (tri) paus (paliu). Desse modo, originalmente, "trabalhar" significa ser torturado no tripaliu. Quem eram os torturados? Os escravos e os pobres que não podiam pagar os impostos. Assim, quem "trabalhava", naquele tempo, eram as pessoas destituídas de posses..." - Ref.:Pesquisa de Augusto Nivaldo Trinos.In Revista "Educação e Realidade"]
Related Posts with Thumbnails