Sou o que sou

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Sampa, SP, Brazil
Sou terra, por ter razões. Sou berro, se aberrações. Sou medo, porque me dou. Sou credo, se acreditou

quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Numa certa idade...



Numa certa idade, é preciso procurar a felicidade.
Para se encontrar a felicidade, há de se mover,
esquecer a comodidade, há de se sorver toda
primariedade, há de se moer qualquer falsidade.
Para se encontrar feliz, há de se voltar a ser aprendiz,
transformar o medo, encara-lo como um simples samba-enredo,
para uma estrela apontar o dedo e dizer :
“quero chegar até lá, num triz,com uma reta desenhada no giz,

e mostrar pra todo mundo como é que fiz...”
Tem certa idade que, para ser feliz,
é preciso plantar honestidade e colher
o mais azul dos pés de anis,
e com toda sinceridade correr atrás dos sonhos,
estejam onde estiverem, queiram ou não, os que se opuserem,
buscar da vida como o mais bisonho, com jeito de criança,
correr no campo da esperança, reiniciar a andança,
esquecer toda angústia, vestir a fantasia da argúcia, e dançar
conforme a dança...
Para se ter a felicidade, há de se pegar a estrada, enfrentar
a possível invernada, descartar no caminho a iniquidade,
sentar passo com vontade, fazer da vida uma nova jornada,
sorrir de forma descarada, se destituir de todo ranço,
por a vida num balanço, distribuir abraços à igualdade...
Há de se afirmar todo compromisso,
há de se deixar de ser omisso,
há de cantar um bolero, há de se bailar um tango,
há de se gritar “SIM! EU QUERO!”.
Há de se amar como amam os menestréis,

há de se poetar aos cordéis, há de se gozar aos tonéis...
Para ser feliz de verdade, há de se ter imunidade,

esquecer da auto piedade, e amar...
Amar, amar, amar tanto ou mais, como um menino,
sorrindo num belo dia de sol a pino,
no seu âmago mais pueril,
até a mais terçã das loucuras,
no seu mais insano estado febril!

domingo, 12 de janeiro de 2014

Músicos



Os músicos tocam.
Músicos tocam nas ruas.
Tocam nos planetas, no éter, sob o sol, sob luas.
Tocam para os outros e para si próprios.
Tocam nas estradas, nas igrejas, nos palcos.
Nos nascimentos, nos casamentos, nos partimentos.
Músicos tocam nos metrôs, a metros das margens.
Tocam nas vilas, tocam os dias tocando.
Tocam nas filas das horas, dos tempos, do mundo.
Tocam nos olhares, nos pensares, nos arredores, nos corredores.
Músicos tocam os corações, tocam nas mentes.
Tocam com calma, tocam na calma da alma.
Tocam com garra, com ânimo que vem da alma.
Tocam como sentem e como sentes.
Músicos são lentes de aumento dos espíritos.
São antenas que recebem e espalham belezas,
com suas destrezas, suas altezas, suas cordas retesas.
Tocam com ares, com força, repercutem nos lares, nos bares.
Músicos tocam na redondeza de toda terra, por sobre os vales,
por sobre os mares, por sobre as serras.
Os músicos e sua música. A música e seus músicos.
Músicos são seres alienígenas que nascem na Terra.


sábado, 11 de janeiro de 2014

Soneto dos desesperado



Meu Jesus, Maria, José
mim ajuda a ganhá uns troco
pra mó di tê arguma muié
sinão eu vô ficá é loco

Sant'Onofre, meu San'Crispim
mim ajude, num si faiz di moco
mim manda uma muié pra mim
nem qui fô por um só poco

Santa Zefa, Santa Gertrude
mim faiz um belo dum milagre
e mim alivra dessa santa beatitude!

Santa igreja, ai! meu santo padre
tome tento, tome uma atitude
sem uma miué, eu vô virá frade!
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