Sou o que sou

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Sampa, SP, Brazil
Sou terra, por ter razões. Sou berro, se aberrações. Sou medo, porque me dou. Sou credo, se acreditou

segunda-feira, 31 de maio de 2010

tut_bit_subway



No vagão lotado do metrô atrasado
a menina dos olhos egípcios
ouvia no seu emepetrês
já, como um dos seus vícios
um rock, samba ou axé arretado

No saguão do metrô apinhado
a menina de boca italiana
falava no seu blackberry
com sotaque de linda baiana
discutindo em tom desvairado

Nos trilhos do metrô antiquado
o bêbado de índole suicida
caía e sangrava em 3D
cheirando a última batida
se desviando de mim
dele, dela e de voce

No comboio do metrô parado
os fantasmas atravessam paredes
choram lágrimas Sartrianas
sonham ectoplasmas inalados
em notebooks ligados em redes...

sábado, 8 de maio de 2010

cerca morta


não há nada que me agrade
do lado de lá daquela grade

quem aqui me cerca
de perto, me aperta
deixa-me sempre alerta

não há grade que me cerque
quem me empurra, me ergue

quem dali, me enxerga
nem daqui, me enverga
vaza-me, une e posterga

não há alarde que me arda
quem me atrasa, não tarda

nada que me abrase está
deste ou daquele lado
do que me agrade

nada faz calar-me, nem tua farda
nem tua sombra, bamba e parda...
Inquira-me enquanto aguarda

sábado, 1 de maio de 2010

eróptca


[Toma um cálice por mim...
Dá-me do teu melhor vinho
aquele, para o qual eu vim
aconchegar-me em teu ninho
]


Lasciva mente, vem e senta
num axioma-ventre , me tenta
pousa tua taça, emborcada
um tanto quanto arcada
molha-me em supino quente
resvala tua vala e tala-me
escoa-me rubro, docemente
verborrágica lícita dentada
terna e mágica viagem içada
Toca-me em jejuno casto
alastra-me teu afoito laço
gingo-te escambo afoito
até que em repente coito,
até que exposto em fogo,
afoga-me em liquor louco
onde um, mesmo que dois
é deveras pouco...
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