Sou o que sou

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Sampa, SP, Brazil
Sou terra, por ter razões. Sou berro, se aberrações. Sou medo, porque me dou. Sou credo, se acreditou

segunda-feira, 29 de junho de 2009

Julieta



Julieta dos caramanchões
Julieta dos gazebos
Julieta, café com bolinho de chuva
Julieta dos doces aprendidos na fazenda
Julieta, nome antigo de mulher
que gerou a mulher
que me gerou

Ouça onde estiver
uma valsa antiga
uma antiga valsa
com teu nome
Julieta

vovó Julieta

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Blogagem coletiva : 26 de junho de 2009 - dia Internacional do Combate às Drogas ( CD-Lado B)



Proibir ou não proibir o uso e comercio “legal” (tráfico) de drogas ?

Pergunte a uma mãe e pai, que vê seu filho se minguar dia após dia se enchafurdando numa lama existencial sem retorno, definhando seu corpo, seu caráter, seu raciocínio, perdendo a memória, aumentando seus comportamentos violentos, tornando-se irremediavelmente agressivo com todos a sua volta, indistintamente, sem amigos, só inimigos, que rouba tudo de casa para poder trocar pela dose do dia, da hora, do minuto, do segundo. Que perde os emprego, perde a escola, perde o convívio social, perde a vergonha, perde a auto-estima, perde o mínimo fio de vida, a não ser que seja para perpetuar seu vicio.

Pergunte aos familiares mais próximos, que vêem a disjunção e extermínio da célula familiar, onde se destroem valores mínimos e basilares, onde não há mais chão, e tudo gira unicamente em torno do doente e sua vida incondicionalmente restrita às drogas, ao vício.
Pergunte a pais, irmãos, avós espancados, mutilados e mortos, pela sanha de seus entes queridos, que ora tornam-se seus algozes, ao comando e domínio nefasto de seu vício, de sua garrafa, de sua “bagana”, de sua “farinha”, de sua picada, de seu “cachimbo”, de sua "balinha".

Pergunte aos hospitais, as associações de ajuda, as “ongs”, aos médicos, quanto se gasta dos erários públicos, para sustentar o tratamento de um drogado que pretende se reajustar.Pergunte o quanto demora até atingir-se um patamar aceitável de readmissão social, mesmo assim com o risco perene da recaída, geralmente mais arrasadora e letal.

Depois visite secretamente esses lares, esses lugares, esses esconderijos, esses poços sem fundo, e observe..,Observe atentamente o “universo paralelo” em que se encontram todos : doentes (dependentes), familiares, sociedade e conviveres.

Não basta ser “modernoso” e se derramar em toneladas de hipótese e/ou teorias de “tentativa e erro”, legando a gerações futuras a responsabilidade de arcar com a nossa irresponsabilidade, aqui e agora, por conveniência, preguiça e praticidade mórbida.

Tentar controlar o tráfico e uso de drogas, simplesmente liberando-as, ao “comércio controlado” e limitado (pura ficção minimalista do problema) , é como roleta de baile “funk” : coibi-se na entrada, mas perde-se o controle dentro do salão e principalmente a saída, depois que todos estiverem embriagados...É como institucionalizar o “varrer a poeira pra debaixo do tapete”...É o velho “tapar o sol com a peneira”...É o conhecido “por onde o Padre passa”, e assim por diante...
Somente uma revolução econômica-polico-social e principalmente voltada à EDUCAÇÃO de base, poderia , ao nosso ver, desencadear a médio e longo prazo, um controle real e efetivo do problema das drogas e seus correlatos, principalmente em países emergente, como o Brasil.

Por ora, tem-se que “pegar o touro a unha”, levantar as mangas e enfrentar a luta “corpo a corpo”, de casa em casa, de indivíduo à indivíduo.Proibir com responsabilidade não de um puritanismo utópico e desagregado, mas com políticas realmente humanísticas onde se tem como mote a boa e velha premissa : “Não deseje a ninguém, o que não quer para você mesmo”

O resto é “Pimenta no olho alheio, não arde...Porque aos tolos, para os espertinhos, é colírio...”

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Band-Aid-kura-kaos


Onde estou, só asfalto,
sem mato
abro a janela
e me mato
polui_som barulho
debulho, tudo bagulho
carro+carro+carro+carro+carro+carro+carro+carro
stressssssssssssssssssssssssss
gente_e_gente_e_gente_e_gente_e_gente_e_gente_e_
num ha quem agüente tanta
gente_e_gente_e_gente_e_gente_e_gente_e_gente_e_
todo mundo triste e ausente
gente que num desiste, insiste
só o corpo presente
indiferente
distante
colados do lado do outro lado
calado que nem gado
sempre atrasado
só traslado
de corpo abalroado...

Tô querendo mato, água de fonte, grilo falante
bosta de bicho, folha, árvore pra sol escaldante
barro no pé descalço, balança de corda
som de riacho, canto de galo que acorda
fumo de rolo, café, fubá dentro do bolo
sentado na soleira da porta, ler folhetim
colher inhame, alface, pimenta, tudo da horta
cheirar rosa, camélia, cravo, arlequim
água de cheiro, banho de rio maneiro
gosto do angu com taioba, tempero mineiro
e depois de almoço, café da tarde
traguinho de cachaça, garganta que arde
tirar uma sesta na rede de trança
daquelas que até ventarola balança
ouvindo uma moda daquela, antiga
de viola soando brilhante,de sete cordas
em volta de gente amiga
alegre , sonolenta e vadiante
onde pouco importa todo o tempo
que já vai indo...indo...embora com o vento...
E na noitinha mansa chegando
deitar no remanso de toda essa lida
com meu amor, cheiro de flor,se encostando
fazer devagar,sem nenhuma pressa
aquilo que é precioso, e bom à beça
o que tem de melhor nessa vida...

©joe_brazuca-MMIX-sp/sp/br

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Samba pra Sandra



Sempre que te vejo,
Assim, de sobejo,
Não demora, vem um lampejo!
De repente, viver sempre e agora,
Raiando, como sol de primeira hora
Alvorada nossa, que inda aflora...

Regalar-me em teu beijo
Encantar-me em teu sorriso
Girar a fronte, e de improviso
Imagina-la em todo desejo
Navegando em teu horizonte
Ainda é como te sinto e vejo...

domingo, 21 de junho de 2009

Rio, sempre Rio ! (música)



Rio de Janeiro, o teu carisma é nosso esmero
Rio de Janeiro, o teu Cristo é o teu desvelo
Rio de Janeiro, o teu clima é nosso apelo
Rio de Janeiro, o teu dom é ser modelo
Rio de Janeiro, a tua beleza é um exagero !


(uma singela homenagem em forma de som,
à Cidade Maravilhosa - de todos os tempos)

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Destroços

domingo, 14 de junho de 2009

Trinus



oh ! Santíssima Tríade desvelada
Sanctus ! Sanctus ! Sanctus !
Três vezes Santo
Mãe e Pai e Filho do todo e eterno
Leão da selva inquebrantável
Suprema Beleza indizível
Garganta de mil trombetas
de sonoro canto de trilhões de vozes
Portento inigualável de átrios insondáveis
incomensurável partícula subatômica
que se esparge pelo poli-verso
Dando energia e forma
massa e linha ao imponderável
Uno mistério pré-genético
completo em bondade e justeza
que aniquila todo escuro e tristeza
O que não tem comprimento nem largura
O que não tem profundidade, nem altura
oh ! Doce e Divina Efeméride
Criador e Mantenedor de toda criatura !
oh ! Glorioso Rei impoluto e casto
de cascata translúcida sem jaça
Por quem no álgido inverno,
nos levantamos destemidos do porvir
Por quem no tórrido escaldo,
nos deitamos ao pleno repouso
Banha-nos à Tua nobre revelia
extingue toda mazela e desvalia
livra-nos do que nos arregaça
do que nos humilha e ameaça
Tem piedade de teus filhos
na hora do derradeiro rescaldo
Abranda Teu jugo,ao nosso saldo
Tem, de nossa desgraça, Misericórdia
e nos destrona de nossa empáfia e soberba,
que só nos afunda à discórdia
Louvados sejam Teus sagrados Nomes
Sejam eles quais forem
e como se pronunciem
Cantemos todos os cânticos e salmos
Toquemos todas as sinfonias
Louvemos em alaúdes e pífanos
em tímpanos e tambores
todas as Tuas Aleluias
todas as Tuas Alegorias
Hosanna do macro e micro cósmico
Vale-nos de toda Tua luz branda
à levar-nos ao Teu caminho
de toda vereda,
da Tua verdade,
de toda senda
oh ! Sempre Eterna enorme onda
que bate, arrebata, lava e sonda
oh ! Gloriosa Tríade do Único !
oh ! Glorioso Altíssimo Alfa-Ômega
Sanctus est ad eternum !

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Amaozônia - The Forest (música)

(música instrumental experimental, onde o músico sorteia as células a serem tocadas, interpretando-as portanto, de uma forma aleatória a cada vez que for executada - parte integrante do CD instrumental "O Mago", do mesmo compositor)


Amazônia
pedaço gigante
Insurgente da Terra
bilhões de anos
acelerado esvaindo-se
em desvarios humanos
da raíz que enterra
em água e ozônio
de remédio, oxigênio
pulmão do caos plumbeo
que ora, se encontra no limbo
que chora do corte da serra
mata virgem, cipó e tora
fauna que corre e morre
clareira que sangra e aflora
que a terra em barro, deflora
e queima e rouba a flora
que o “bichuHomem”
explora e ignora...
Massa ignara
devasta e mata todo mato
devassa a mata escassa
que reza e ora
e crucifica toda tora
que sangra e chora
cruel arrebato
todo esse vasto
que sangra e se encerra
toda água enterra
chora e berra
em agonia
trágica cacofonia
desgarra de tua afonia
oh, deslumbrante
Ama-O-zônia !

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Children's Dreams (música)

(participação especial, nos violões , Simão Abbud)


Compus essa música há alguns anos.

“Sonhos de Criança”

Hoje, ofereço-a em homenagem às Crianças que tiveram seus sonhos interrompidos.

Sonhos de vida e crescimento interrompidos por desastres das “gentes grandes”... Sonhos de viver e aprender desmotivados pela ganância de “gentes grandes”... Sonhos de seguir seu caminho natural guilhotinados por todas as mazelas das “gentes grandes”... Sonhos finados por quedas de aviões que nunca deveriam cair...Por barcos que nunca deveriam afundar...Por automóveis que nunca deveriam colidir...Por guerras que nunca deveriam recomeçar...Por fumaças danosas que nunca deveriam queimar...Por vapores de cola que nunca deveriam exalar...Por programas de curas castrados que nunca deveriam se extinguir...Por todo descaso que jamais deveriam sofrer...

Todos os sonhos dos quais jamais precisariam acordar, ou forçados a adormecer, muito antes de se realizar...

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Sobre praças, pinturas, pombos e planos...


Daqui 30 anos
minha pele está flácida
minha voz , tão plácida
minha cor, cara, pálida...

Daqui 30 anos
sorrio chorando
choro gemendo
gemo sorrindo...

Numa praça de toda Nossa Senhora
em qualquer Moema ou Ana Rosa
Esperando colunas deslocadas
de enfermo sem balanço nem prosa
vivo a vida e passeio sem demora


Daqui 30 anos
ando cambaleante
cambaleio calmante
acalmo andante...

Daqui 30 anos
discuto ouvindo
ouço mentindo
minto omitindo...

Vejo quadros pelas costas,todo a mostra
Mas procuro doce, gelo e melado
ouço música, vejo panos, cores e listra
passos em gramas escassas de mato pelado
árvores, tarôs, bares, mulheres e pistas

Daqui 30 anos
seguro esquivando
esquivo flanando
caio escorregando...

Daqui 30 anos
penso dormindo
sonho pensando
durmo sonhando...

Na esquina posa, como em Paris, “gendarme”
livros,revistas, sorvete, derrete anis e aspartame
No centro da praça reza a Matriz de Deus
de gentes, quimeras, crianças e filhos meus
que cruzam cadeiras, fileiras e doces liames


Daqui 30 anos
como pingando
engulo comendo
pingo engolindo...

Daqui 30 anos
minhas pálpebras mandam
minhas pernas tremem
minhas mãos se espremem...

Todas as telas de cores, peixes, rostos e pinos
repletas de torres, escadas, pombos e sinos
Sabor de batata doce branca e roxa
senhoras doceiras em rosa, que desabrocha
gentes de domingo, sentindo,
meninas, bichos, meninos...


Daqui 30 anos
meu tempo é fio
o fio é pavio
ao vento
relento
reinvento
e sento...
Daqui 30 anos...

A velha Negra de tez amarrotada, sorriso
vende encanto, enquanto açucares aprendidos
em senzalas passadas de outros alaridos
todo tipo de doce e amarguras e doloridos...
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