tenho estado meio assim, meio assado
tenho andado meio voando, meio parado
completamente amuado, coitado
acho que estou acabado...
meio sentado, meio de pé
a merda da poesia estragou meu café...
lembrei dos bons anos do Pelé
nos tempos do Santos
dribles, olés, mil espantos
puta que pariu !
o negão era foda
todo inteiro, nada de coda
estopim, pólvora e pavio !
atravessa o campo na esteira
leva a pelota na chuteira
chega na meia-lua
chuta do meio da rua
e arrasa o barbante
levando a galera ao delírio
acachapada, som esfuziante...
uma noite “mezzo alice,
mezzo mozzarela, capice ?
um dia calamitoso, outro lambroso
meu pau amanheceu pomposo
(“raridade hoje em dia”, como
diria minha tia...)
que pena que estava sozinho
sem o meu benzinho
pra dar uma, duas, três
quem sabe de uma vez
ai ! que saudades de meus 25 anos
sem nenhuma sensatez !
que transava no ato
até de meia e sapato
ajudo o pequeno inseto
se piso nele, ele morre
um budista me ocorre
não tenho o direito a tal morte
tampouco à sua sorte
só por conta da diferença de porte
sou eleito por algum conceito
baita cheiro de perfume barato
mas ela me diz que sou gato !
ouvindo um samba do Cartola
porra...num me amola !
o pão frito queima na frigideira
enquanto aquela vaca
se penteia naquela penteadeira
agora, paro e penso, na boa
qual heterônimo me importa,
em qual barca me transporta
senão os de Fernando Pessoa ?
o dia está plúmbeo, muito turvo
mas que merda de cultura é essa
que me assola à beça
e quem por ela me curvo ?
que “manezinho plúmbeo”, meu !
use o cinza, cacete !
todo mundo entende e está acabado!
larga de ser porrete !
minha cara amassada de sono torto
meio vivo, todo morto
sonhei pesadelo morno
que torrava o saco no forno
indolente, indecente, inclemente
como deve ser qualquer pesadelo
só mistério , sem desvelo
me faz acordar ausente
tropeçando de madrugada
em cadeiras espalhadas na escuridão
do meu quarto inteiro
indo esvaziar , no banheiro
quem me dera ter um quarto de milha
ou um barco de longa quilha
num haras, oásis, harém
pra manter doce balanço
sem esforço pra meu alcanço
libidinoso vai e vem...
o piano está aberto do meu lado
talvez toque um clássico,
ou componha um fado
com uma letra à toa,
nada que lembre Pessoa
porque hoje, agora, é mais preciso
mesmo que abnegue todo juízo
me sinto meio andando, meio parado
meio assim, meio assado
pura desordem, puro enfado...
tenho andado meio voando, meio parado
completamente amuado, coitado
acho que estou acabado...
meio sentado, meio de pé
a merda da poesia estragou meu café...
lembrei dos bons anos do Pelé
nos tempos do Santos
dribles, olés, mil espantos
puta que pariu !
o negão era foda
todo inteiro, nada de coda
estopim, pólvora e pavio !
atravessa o campo na esteira
leva a pelota na chuteira
chega na meia-lua
chuta do meio da rua
e arrasa o barbante
levando a galera ao delírio
acachapada, som esfuziante...
uma noite “mezzo alice,
mezzo mozzarela, capice ?
um dia calamitoso, outro lambroso
meu pau amanheceu pomposo
(“raridade hoje em dia”, como
diria minha tia...)
que pena que estava sozinho
sem o meu benzinho
pra dar uma, duas, três
quem sabe de uma vez
ai ! que saudades de meus 25 anos
sem nenhuma sensatez !
que transava no ato
até de meia e sapato
ajudo o pequeno inseto
se piso nele, ele morre
um budista me ocorre
não tenho o direito a tal morte
tampouco à sua sorte
só por conta da diferença de porte
sou eleito por algum conceito
baita cheiro de perfume barato
mas ela me diz que sou gato !
ouvindo um samba do Cartola
porra...num me amola !
o pão frito queima na frigideira
enquanto aquela vaca
se penteia naquela penteadeira
agora, paro e penso, na boa
qual heterônimo me importa,
em qual barca me transporta
senão os de Fernando Pessoa ?
o dia está plúmbeo, muito turvo
mas que merda de cultura é essa
que me assola à beça
e quem por ela me curvo ?
que “manezinho plúmbeo”, meu !
use o cinza, cacete !
todo mundo entende e está acabado!
larga de ser porrete !
minha cara amassada de sono torto
meio vivo, todo morto
sonhei pesadelo morno
que torrava o saco no forno
indolente, indecente, inclemente
como deve ser qualquer pesadelo
só mistério , sem desvelo
me faz acordar ausente
tropeçando de madrugada
em cadeiras espalhadas na escuridão
do meu quarto inteiro
indo esvaziar , no banheiro
quem me dera ter um quarto de milha
ou um barco de longa quilha
num haras, oásis, harém
pra manter doce balanço
sem esforço pra meu alcanço
libidinoso vai e vem...
o piano está aberto do meu lado
talvez toque um clássico,
ou componha um fado
com uma letra à toa,
nada que lembre Pessoa
porque hoje, agora, é mais preciso
mesmo que abnegue todo juízo
me sinto meio andando, meio parado
meio assim, meio assado
pura desordem, puro enfado...
8 comentários:
idem...desolada, bobona, exagerada...sem nada...roubada...
Parece Alcanu mesmo em seu momentos pskanaliticus tropicalicos...rs
ab
Bixo, muito bom. Pra se ler dum fôlego só.
obrigada pela visita, Joe.
seu blog merece várias.
Cintia...sim...ta tudo uma grande marmelada !...rs..o Al merece !..bj
Next...legal ter vindo, cara. Se gostou, ta valendo então !...abração ! ( seu blog é um arraso !...vou por lá...)
Cosmunicando...menina ! que blog/poesias o teu/as tuas, isso sim !...adorei e estarei por lá, sempre !...grato e beijo
MERECE MESMO...ALCANU É UM PAULISTA É TUDO DE BOM...
Olá Brazuca!!
Muito bom seu mix de categorias linguísticas[rs].
Oxigenadíssimo o texto. D+.
Bacana ter vc lá no Renascendo. Obrigada pela visita. Fiquei por aqui.
Ah...voltarei, com certeza.
Um abraço :)
Desculpe fazer o espaço de quadro de recadinhos, mas loguei para seguir você e não aparece minha foto. "Ghosts" do Blogspot.
Voltarei depois.
Bye
Lau Milesi...fique a vontade pra vir por aqui quando e porque quiser, tá ?...a casa é sua, mó prazer !...quanto a foto do blog, as vezes acontece mesmo...não esquenta !...grato por ter vindo tb e apareça sempre...um beijo ! ( O Renascendo é uma beleza !)
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