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O que amalgama esta lúgubre bílis
ex-corrida mente tesa e afoita
amargo corte retro-perfilado
pré-ocupado, amargo destilado
daquele lado esquivo e pardo
de todo olhar que brilhe em íris
responde e, do prelo, esconde
prende e ascende descabido
libido pende, escura caserna
como laço de perna, aderna
nada inibido, fato traiçoeiro
reteso em ubre embutido...
a forca que afoga e abafa a toga
a força que atola e acaba em voga
céu de cadências indecentes
fátuo fogo que arde inclemente
expele o rubro ácido sêmen
dos que nada tem e temem
ressurge docemente em cadeia
no epitélio nacarado dos homens
nada humanos, desumanos
mundanos...
argamassa vil de sombras delineadas
águas rasas de escombros perfilados
o que devora, vomita antes da hora
o que estupra, regurgita e cospe fora
oh ! expiação dilacerante que atordoa...
singra em sangue pisado,todo escarro
escravo de mim mesmo, jaz ao barro
sente o repulsar desta vida à toa...
o que me matará, agora adoça
o que vinga, mesmo que ventania
de qualquer timo amargo, e alegoria
de outrem, retirante talvez possa...
o que este ventre encharcado lambe
é o veneno que fará que certo tombe...
oh! concupiscência vicejante e podre
desprenda-te do meu pouco inda nobre
que lateja, mesmo que no parco átrio,
e de teus segredos infames, zombe...
a morte ou a sorte,
não tem porte de arma
nem sequer passaporte
aqui está a questão
de karma ou darma
minhas mágoas vestem anáguas
na santa ceia não tinha seios
tem um naco dum taco
dentro dum treco
no beco do macaco
muito louco é pouco
atiraram no filho do Porfírio
corrupção, corro pra ação
eu nado vestido de nada
parido pelo par ido
que não volta de volta
já, mais nem, falo jamais
tenho a impressão
que não tenho coração
sem mentes pintadas
coradas de tesão
muito menos um
fígado fidalgo
figo podre dum algoz
que estúpida mente
anda atrás do mágico de Oz ?
morro de tédio do seu assédio
quando subo o morro de gorro
agarro seus pêlos
pêlos seus, pelos meus,
pelos nossos cotovelos
o creme derramado
do derradeiro amado
dedou o crime
apontou o dedo em riste
cave sua paz com suas pás
e não desiste dessa
vitamina anfetaminana
será pião de obreiro
quando o beijo do boiadeiro
for da bóia ao brejo ?
torniquete de cérebro
massa de tomate ambulante
antes que sólido fique
solidifique a massa andande
ma non troppo
mergulhei no orgulho
gorgulho escroto de esgoto
Fiat lux de suborno
sub morno debulho
o filho do Andrada saiu na parada
muito louco está solto
morreu de tédio, a poesia
sobrou o médio,a anestesia
afogada na pós-maresia
de um mar tentáculo revolto
em melancólica nostalgia
só digo os códigos
de qualquer alegria
muito louco é pouco...
tuas linhas
teu sorriso
teu rosto
e teu toque [que nunca tive, nem ainda e nunca...]
fogem-me à memória...
o que me resta é um torpor
do não feito
do não provado
do sim refreado [que deveria ter tentado...]
vejo ainda que tênue
em ângulo obtuso
um leve alvitre
revelado em preto e branco,
qual foto que admite
de um sólido sorriso
entre olhos
nossos, geométricos
entre um e outro, aviso
[que se disseram possíveis...]
tomam-me à euforia
sentir o que senti, de novo
somente em mente
próspero de alforria
verossimilhança
d’uma infinda dança
nunca dançada, semi-inacabada
[como sinfonia sincopada...]