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Sou terra, por ter razões. Sou berro, se aberrações. Sou medo, porque me dou. Sou credo, se acreditou

terça-feira, 11 de junho de 2013

A-E-I-O-U (Quando um poeta se vai...)






Quando um poeta se vai,
um avião perde a asa,
uma família fica sem casa,
é filosofia sem tábua rasa,
uma moringa que vasa...

Quando parte, um poeta,
um chão fica sem rodapé,
uma caneca sem café,
é como choupana, sem sapé,
futebol sem o Pelé...

Quando um poeta transcende
é como licor sem pequi,
fita de cinema, que não assisti,
ficar e dizer que parti,
alguém que amei, e nunca vi...

Quando um poeta sobe,
é manteiga sem a fatia de pão,
chá fora do chimarrão,
universo sem imensidão,
amor sem compreensão...

Quando se eterniza, um poeta,
fica mandinga sem vodu,
é ouro fora do baú,
canjiquinha sem angu,
floresta sem o canto do Uirapuru...

(Para o amigo-poeta Samuca Santos, “in memoriam”
*09/06/1960 +06/06/2013)

Um comentário:

POEMAS AO CAIR DA TARDE DE CELINA VASQUES disse...

Belíssimo querido Joe Poeta! Uma belíssima homenagem ao poeta amigo que partiu! Te aplaudo! beijos

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