Soneto à liberdade

Libertar-se de jugos do passado 
Ditames sentimentais escabrosos 
Das correntes de círculos viciosos, 
traz sangue novo ao traslado

Escapar das masmorras emocionais
Esquivar-se de grilhões tenebrosos
Apagar da vida ferrenhos temporais 
Se faz mister a novos tempos ditosos

ah!...novos ares tão benfazejos e leves
A vida segue exultante, em lampejos breves
Como precisávamos de tuas doces brisas! 

ah!...como é bom sorrir de novo ao vento
Toda minh’alma festeja em pleno alento
Até nos dá vontade, de tirarmos as camisas!

Física

Ninguém escapa, correndo numa esteira
Não se segura água, nos furos duma peneira
Ninguém vai ao longe, nadando pra beira
O leite derramado, caiu duma leiteira
Que saiu dum úbere, e não duma feira
Quem conta um conto, não reza à freira
Na escuridão,sempre prevalece a cegueira
Quem é da besta, engole toda a besteira
Ninguém faz nada, o quanto não se queira...