Sou o que sou

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Sampa, SP, Brazil
Sou terra, por ter razões. Sou berro, se aberrações. Sou medo, porque me dou. Sou credo, se acreditou

sexta-feira, 13 de junho de 2014

Claustro



Silêncio. Silencio...
Corredores lisos,
Mármores, pisos.
Mártires, infusos.
Cárceres difusos.

Cruz delineada,
Azulejos acabados,
frisos. Fileiras
Ordem. Convento
Advento.
Santos, lágrimas
Mantos, súplicas
Terços.
Quartos, átrios.
Alcovas.

Velas, telas rotas
Fogo incenso,
púlpito imenso.
Hábitos, monges.
Hálitos em preces.
Choros calados.
Súplicas, suplico.
Batinas,
botas vespertinas
Botinas, esmolas
nas esquinas.

Cruz calejada
Capuzes, farrapos
Sandálias, cravos
Estigmas, enigmas.
o sangue sagrado,
o auge esperado,
Ressurgir. Reviver.
Milagres. Mil agre.
Madres.

Fumaça espargida
reza sofrida.
Sofrer é a sina.

O sino soa.
Silêncio.
Silencio,
ensimesmado,
Coração estigmatizado.
Espíritos encarnados.

(poema inspirado na foto "Convento de Santo Antônio", de Leny Fontenelle)

2 comentários:

Lenyzinha disse...

Uau !!!! A foto ficou muitíssimo valorizada ! Amei ! Sempre muito inspirado, Joe !

Unknown disse...

Belíssimo conjunto de poesia e fotografia!

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