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Sampa, SP, Brazil
Sou terra, por ter razões. Sou berro, se aberrações. Sou medo, porque me dou. Sou credo, se acreditou

sábado, 1 de setembro de 2012

Trágica sina


Não nos façam loas, pois o vício da vaidade é faminto; Afastem-nos das aclamações mundanas, porque a nós, quem nos aplaude é menos; Desviem-nos os lampejares que espocam aos instantâneos brilhos efêmeros, os holofotes e tochas, pois os que nos reluzem nos adulam, de toda sorte, sobretudo; Não nos icem; Não nos sobejem à toa; Não nos cortejem; Não nos lambam os sacos, pois a morte é a mais certa das moradas, e tombaremos d’àquela loa, da última sobremesa dum banquete de soberbas. Os elogios sorridentes que nos parecem bem quistos são mal vindos, pois menos dias, se tornará escárnio, excremento e enfastio,  como sempre o foram, escamoteados. Os gritos histéricos da fama difamam. Trazem o sólito da mediocridade perene e instam os espelhos da obsolescência, às respostas fáceis - O óbvio; Não nos incitem à comiseração dos ímpios, pois somos eles mesmos, cada qual a seu tempo, os ímpios e miseráveis, que voltarão ao pó, do barro que viemos; Não nos traguem as nossas urinas enfumaçadas pelo chumbo das celebridades enfadonhas; Não nos louvem às caricaturas emergentes; Não nos dependurem aos cravos de uma cruz de aparências e conjecturas filosóficas; Não nos perpetuem em mausoléus de farinha, sal e estrume. Não nos guindem aos céus púrpuros de açoites permitidos; Não nos vejam nem nos olhem; Não nos ouçam nem nos escutem; Não nos acompanhem nem nos sigam. Não nos amem nem nos desamem. 



Isso é tudo o que temos e não queremos.

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