Não nos façam loas, pois o vício da vaidade é faminto; Afastem-nos das aclamações
mundanas, porque a nós, quem nos aplaude é menos; Desviem-nos os lampejares que
espocam aos instantâneos brilhos efêmeros, os holofotes e tochas, pois os que
nos reluzem nos adulam, de toda sorte, sobretudo; Não nos icem; Não nos sobejem
à toa; Não nos cortejem; Não nos lambam os sacos, pois a morte é a mais certa
das moradas, e tombaremos d’àquela loa, da última sobremesa dum banquete de
soberbas. Os elogios sorridentes que nos parecem bem quistos são mal vindos,
pois menos dias, se tornará escárnio, excremento e enfastio, como sempre o foram, escamoteados. Os gritos
histéricos da fama difamam. Trazem o sólito da mediocridade perene e instam os
espelhos da obsolescência, às respostas fáceis - O óbvio; Não nos incitem à
comiseração dos ímpios, pois somos eles mesmos, cada qual a seu tempo, os
ímpios e miseráveis, que voltarão ao pó, do barro que viemos; Não nos traguem
as nossas urinas enfumaçadas pelo chumbo das celebridades enfadonhas; Não nos
louvem às caricaturas emergentes; Não nos dependurem aos cravos de uma cruz de
aparências e conjecturas filosóficas; Não nos perpetuem em mausoléus de
farinha, sal e estrume. Não nos guindem aos céus púrpuros de açoites permitidos;
Não nos vejam nem nos olhem; Não nos ouçam nem nos escutem; Não nos acompanhem
nem nos sigam. Não nos amem nem nos desamem.
Isso é tudo o que temos e não queremos.
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