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Sou terra, por ter razões. Sou berro, se aberrações. Sou medo, porque me dou. Sou credo, se acreditou

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Premonição

(montagem com "La Yole" - Renoir -1875)

já olhei teus olhos negros
[pérolas vítreas negras, profundas]
sem consentimento, pressenti tua pele
[alva tez em branco lume, perfume]

não permitas que te foque,
[minha lente ressente e mente]
muito menos, te toque
[minha mão, pura abstrata alusão]

tira teu doce em mel, de lábios
[adjacentes sentires, nem tente]
se escárnio ou sorriso, fluente
[concupiscência anestésica]

delineio teu corpo em dobra
[abstraio e finjo medo, arremedo]
aquiescência do momento impar
[nos trilhos de uma vida, sobra]

curvar-te ao tempo ?...nem experimente
[destrono o ser cativante, e selo]
sortilégio de ventres secos, ausentes
[conluio de azafamas, apelo]

conjuro-te outras esferas que não estas
[eras, outras de tantas, que nem foram]
forja-me em sonho, limo e festas
[já, no ócio, devaneio e sento]

nestes lugares, alhures...
[pesa-me a falta, a calma]
naqueles respirares, algures...
[faz-me à pauta]


(o tempo nos transforma em nada...)

10 comentários:

Lila Boni disse...

Amei...parabéns!!!
Mil beijos !!!!

Anônimo disse...

Já li e curti no facebook, mas precisava vir aqui reler e comentar essa incrível construção poética!

Beijo.

Maria Cintia Thome Teixeira Pinto disse...

Somos nada...somos um, somos pedaço e mais pedaços.Belo Poema Joe!!!!
Tocou muito. bjus

Unknown disse...

...Linda a sua "premonição"...
...mais linda ainda...a sua "intuição"...

Beijo!
Nirma Regina

Adriana Riess Karnal disse...

Joe,
que escolha de palavras, esmiuçadas a dedo para falar de amor difícil assim.Lindo!

mARa disse...

...Meu LIndo o que vou comentar? fugiu-me todas as palavras...perderam-se diante de tão bela construção...

Quando eu crescer quero escrever como Você, rssss....Verdade!

Estou levando!

Beijos!

Joelma B. disse...

Admirada, mesmo! Abraço!

Almirante Águia disse...

Joe,

Trabalho interessante estes versos que se respondem, são duas poesias em tons diferentes. É a primeira vez que vejo poesia com alterego. rsrs

Muito bom.

Ianê Mello disse...

Belo, por demais.
Mas será que alguém com palavras tão belas ao falar do amar, ainda não pode fazer voltar a brilhar essa chama denbtro de si?
No fundo, acho que esse coração pulsa e clama por amor. Bjs.

Ester disse...

Olá Joe,

que prazer enorme reencontrar vc e esta tua poesia inconfundivelmente bela,
não o vejo desde o extinto blog Esterança,fiquei um pouco mais de uma ano fora da blogo, volto com o Manifesto e vou reencontrando pelo caminho amigos queridos que marcaram minha estréia na blogosfera há uns bons dois ou três anos atrás,

Bomdimais te ler!Abs.
..~*~..

Ester

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