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Vasculhou minha palma, como se visse a alma
Delineou meus dedos, e revelou meus medos
Tocou minhas falanges, me mergulhou no Ganges
Perscrutou minhas linhas, então me diga o que advinhas...
Diga aí linda cartomante, preveja meu destino
Será que serás minha amante, bela vidente
e com teus mistérios ardentes, me levarás
ao desatino?
Havia trinta anjos sobre o teto do hospital.
Todos enfileirados, como um exército sem trincheiras.
Olhavam ternos. Cantavam à "bocca chiusa".
Oravam numa língua metafísica.
Levaram-na, os anjos, aqueles.
Aqueles e outros anjos sérios e tenros,
vindos de longe.
Subiram-na. Portaram-na.
De-li-ca-da-mente.
Si-len-cio-sa-mente.
Pro-te-gi-da-mente.
Só esqueceram-se de levar junto
as nossas saudades...