Sou o que sou

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Sampa, SP, Brazil
Sou terra, por ter razões. Sou berro, se aberrações. Sou medo, porque me dou. Sou credo, se acreditou

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

auto-cárcere

quanto mais corro de mim
mais perto fico em mim
quanto mais fujo, fora de mim
mais dentro, cercado de mim

quanto mais ausente de mim
mais presente estou por mim
quanto menos em mim
mais através de mim

sábado, 22 de agosto de 2009

Por vezes...



Por vezes, a vida maltrata, leva-nos à chibata
Nos obriga a tropeços, deixa cair nossos adereços
Nos sacode, mostra quem é que manda,
quem é que pode...

Por vezes é preciso um ato de afastamento
Mesmo que sobre à nós, todo lamento
Afastar até onde a vista alcance, pra olhar de longe
Até meio de relance, tal qual um sábio monge
Enxergar a vida com mais desprendimento...

Por vezes é necessário secar a fala, assim como quem cala
Ouvir o vento, a brisa, o sibilar de quem consente...
Aos conselhos sussurrados dentro de nossa própria mente
Ou fechar-nos sem lamentos, no espaldar que nos resvala...

Por vezes é adequado um certo distanciamento
Para suprir nossos cantis, de cristalino provimento
Abrandar nossas dunas desérticas
reerguer nossas energias e fomentos
reativar nossas sinas magnéticas
com mais silêncio do que tanta dialética...

Por vezes devemos afastar nossos olhares
Procurar sobreviver sozinhos, alhures
Encarar de frente novos e prováveis patamares
Donde alcançaremos bons e bem-vindos apures

Por vezes, apesar de qualquer lágrima rolada
Precisamos da distância, mesmo que à toda ânsia
Mesmo que o corpo, jaza em tez despedaçada
Mesmo que aos ouvidos, quimera ausência
soe-nos abafada e ensurdecida
Nos ensine e nos transporte de volta
toda união , ora plenamente enaltecida...

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

As sete bodas de Mariinha


Mariinha pulava ondas
Quantas ondas Mariinha pulava ?
Pula uma pelos pais
outra pelos filhos
mais outra pelo marido
pulava u’a mais pelo amado
outra onda pelo namorado
e outra mais, por Deus
e a última pelo diabo

Ela pulava sete ondas
sete pulos ela dava
Mariinha comia canjica
com pó de erva brava
e, com frango com quiabo
sete ondas, lambuzava...

Mariinha tecia véus
quantos véus Mariinha tecia ?
tecia um pelo patrão
outro pelos tios
mais outro pelos avós
tecia um mais pelos pavios
outro véu pelo ladrão
e outro mais, pelos navios
e o último pelo seu algoz

Ela tecia sete véus
sete véus ela tecia
Mariinha dormia mais linda
sem dó, sua unha cravava
e, sem teto e na berlinda
sete véus, ela tirava...

Mariinha tecia ondas
sete véus ela pulava
Mariinha casava véus
sete ondas ela casava...

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

AMADEO !!!

Em estranhos e apertados tempos de pestes fabricadas
em laboratórios, de países sendo legislados por escórias
da mais vil "estirpe", em tempos obscuros de prenúncios
de fim de mundo, o que nos resta é homenagear com
todo coração, serenidade, algum bom humor que ainda
nos resta e o pouco de proficuidade que nos foi
legada a oportunidade de aprender, aos nossos entes queridos,
que certamente não são apenas dessa encarnação...
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